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quarta-feira, 23 de julho de 2014

Ucrânia, Gaza e Big Data

Segundo notícia do JNeg, o economista-chefe do SaxoBank veio dar conhecimento do previsível abrandamento do crescimento económico decorrente da crise na Ucrânia e na faixa de Gaza, devido à instabilidade criada na região, que automaticamente contagiou o preço do petróleo, levando à sua subida. Mais dinheiro gasto em energia implica no médio prazo menos consumo de outros produtos e mais défice público.

Curiosamente, boa parte do capital gasto em energia acabará por entrar no cofre dos países produtores de petróleo, ou seja, teremos a Rússia (ou pelo menos o setor petrolífero russo) e os países árabes a tirar proveito indireto de eventos que de alguma forma influenciam.

Não quero com isto promover teorias da conspiração e nem penso que exista esse propósito na atuação dos vários agentes envolvidos, tratando-se (por agora) de um efeito colateral, mas serve este exemplo para nos apercebermos dos vários tons de cinzento que habitualmente existem na análise de quaisquer fenómenos e da importância de compreender a relação causa-efeito dos mesmos.

Embora esta leitura e interpretação se possa fazer - como foi o caso - através de uma análise qualitativa e pelo conhecimento pessoal previamente adquirido, é possível hoje em dia identificar muitas destas correlações por análise de dados e correlação de variáveis, permitindo-nos muitas vezes encontrar padrões ocultos e compreender melhor o mundo que nos rodeia. É a isto que o mundo tecnológico chama Big Data, um jargão anglo-saxónico para a capacidade de, a partir de dados agrupados em séries e através de ferramentas de processamento e computação robustas e complexas, encontrar tendências ou padrões invisíveis ao comum dos mortais. Lembram-se do Matrix e daquela cascata verde de código? Exato.

Para o setor energético este tipo de análises permite, entre muitas outras coisas, compreender melhor os perfis de consumo, antecipar tendências e alisar efeitos, conduzindo a uma mais eficiente gestão dos recursos disponíveis, com benefícios para todos os consumidores.

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